quinta-feira, 2 de agosto de 2007

HOMENAGEM A MINHA QUERIDA MÃE




Estrito por:Salvador Manoel Cantanzaro
06 de Setembro de 1.998.
INTRODUÇÃO
Este pequeno livro tem o objetivo de narrar a triste história de minha mãe. Que fora internada num hospital público no município de São Paulo, para ser tratada de uma simples pneumonia, más em conseqüência de estagiários, enfermeiras e médicos incompetentes veio a falecer após dezoito dias angustiantes.A "maravilhosa equipe médica" do hospital modelo denominado como lixo. Deixou formar em seu corpo sofrido uma infecção generalizada. Deixaram que sua pressão arterial aumentasse por falta de tranqüilizantes; aumentaram sua diabete por excesso de nebolização, e posteriormente causaram uma hipotensão arterial por excessivas doses de diuréticos no intuito de drenar água contida em seu pulmão, sendo que poderiam adotar uma drenagem corporal e outros motivos...Que talvez médicos realmente competentes possam um dia descobrir, analisando seu prontuário que atualmente encontra-se em meu poder.Este livro também tem a finalidade de mostrar aos leitores, que no Brasil, os idosos ao serem internados em qualquer hospital público, sofrem maus tratos, fazendo com que uma simples doença torne-se umas doenças crônicas, levando-os ao óbito, por terem dificuldades em se defender desses médicos que os usam como cobaias, por serem idosos e terem deficiência para se locomover. Apesar deste livro ser verdadeiro, alguns nomes são apenas usados como personagens, portando qualquer semelhança será considerado como mera coincidência. Deixo bem claro que o nome da personagem principal e verdadeiro. Inclusive está hoje sepultada no Cemitério Municipal Floreal Eterno, identificado pelo lote nº 04, da quadra nº 04(especial), no município de Itapecerica da Serra/SP.
PARTE I
Era um lindo dia...Segunda-feira, dia nove de agosto de mil novecentos e vinte e seis, na cidade de Atibaia, bairro de campo largo, interior de São Paulo, Quando nasce Remédio Moleiro Sanches Cantanzaro, em uma casa de sapé no sítio de propriedade de seu pai.Nessa cidade, Remedio viveu sua infância. Tão pouco estudou, tinha que trabalhar nos afazeres de casa, inclusive cuidar de seus pais que eram doentes.Quando tinha dezenove anos de idade, casou-se com Vicencio Cantanzaro, filho de Mariano Cantanzaro e Venora Surbello, ambos imigrantes italianos.Nos anos quarenta, Remedio perde sua mãe Remédio Sanches e posteriormente falece seu pai Manoel Moleiro, ambos imigrantes espanhóis. A partir dessa época seu sofrimento começa aumentar...Diante dessa situação o casal migraram para a cidade de São Paulo, para trabalhar como empregados de Rosário Cantanzaro, tio de Vicencio Cantanzaro. Ela trabalhando como doméstica e ele como lavrador. Inclusive foram explorados por longos anos.Tantas e tantas batalhas foram travadas e vinte anos se passaram...
PARTE II
Dona Remédio que nessa época possuía cinco filhos acabava de perder seu filhinho Jose Antonio Cantanzaro de apenas seis meses de idade, em conseqüência da doença denominada pneumonia. Seu sorriso começa apagar de seu rosto, más seu sofrimento nem começou, diante de tantos acontecimentos tristes que estariam por vir.Nessa mesma época, ou seja, anos 60, falece seu marido Vicencio Cantanzaro, com apenas quarenta e três anos de idade de doença proveniente do coração.Daí então, a vida de Dona Remédio começa a ficar muito difícil. Viúva, tendo pela frente que cuidar sozinha de quatro filhos pequenos, sem absolutamente ajuda de ninguém.Más essa pobre mulher não se desesperou, começou travar uma luta sem trégua, para poder criar seus quatro filhos, inclusive menores de idade.Dona Remédio trabalhou como diarista, vendia verduras nas ruas do bairro do Aeroporto de Congonhas. Em épocas natalinas procurava instituições religiosas em busca de alguns presentes para poder dar aos seus filhos e poder ver um sorriso no rosto de cada um.Seu tio Rosário já idoso precisava de cuidados e ela passou a dar parte de sua vida, cuidando naquilo que necessitava: levando-o ao banheiro, dando-lhe comida. E essa demonstração de carinho durou até que Deus levou-o para descansar. Más jamais foi recompensada pelos filhos do falecido. Por muitas vezes deixava de comer a mistura de seu almoço, embrulhava num lenço e levava para casa para dar no jantar aos seus filhos.Quando algum de seus filhos ficava doente e necessitava de medicamentos e não podia comprá-los, viajava nos bondes com a respectiva receita pedindo dinheiro, para que pudesse comprar os medicamentos necessários e poder ver seus filhos saudáveis.Passaram se os anos...
PARTE III
Dona Remédio já não necessitava de trabalhar como doméstica para parentes, pois seu filho Salvador tinha conseguido emprego na Organização Tecon de Contabilidade S/C Ltda, no centro de São Paulo, e seu salário era suficiente para que ela pudesse ficar cuidando de sua própria casa e supria financeiramente o sustento de toda sua família.Toda sua luta não poderia jamais ter sido em vão:Deus começa abençoá-la, dando-lhe o primeiro fruto da árvore que outrora plantara, nascendo seu primeiro neto, o Fernando do casamento de Seu filho mais velho, o Mariano e sua esposa Julia. No seu rosto começa aparecer o primeiro sinal de alegria e nos seus lábios sorrisos infindos, de poder ver uma pequena semente plantada no passado e agora no futuro poder colher esse fruto maravilhoso.
PARTE IV
Suas filhas Cida e Tereza casaram-se e no ano de 1986 seu filho Salvador casa-se com Cecília. Más Salvador e Cecília foram morar junto com Dona Remédio, para que ela não tivesse que morar sozinha.Parecia que tudo estava bem, quando no dia treze de junho de 1991, em conseqüência de uma crise hipertensiva, sofreu um AVCH cerebelar esquerdo, tendo que ser internada na Santa Casa de Misericórdia de Santo Amaro, onde contou com a atenção especial do Dr. Sérgio, diretor da referida instituição.Seu "passaporte para o céu estava sendo providenciado. Más, Deus o criador resolveu adiar essa viagem. Permaneceu internada na referida instituição por vinte e dois dias. Teve sua alta e nesse mesmo dia seu filho Salvador foi alertado pelo médico, que jamais levantaria da cama.Começou então uma luta árdua contra o parecer do médico, pois seu filho acreditava em sua recuperação e novamente o criador coloca sua mão abençoada sobre dona Remedio. Oito meses se passaram e dona Remedio havia recuperado boa parte de sua coordenação motora. Andava de andador, passava com seu filho Salvador, brincava com seus netos que na época eram onze. Não estava cem por cento boa, más estava feliz.Nos dias de culto na Congregação Cristã do Brasil, seu filho Salvador levava-a para assistir aos cultos e participar da Santa Ceia, que inclusive sentia-se muito alegre, dava gosto de ver seu sorriso estampado no rosto.
PARTE V
Sete anos se passaram...
Em Janeiro de 1998 estourou em sua perna uma ulcera varicosa. levaram-na ao médico e em alguns meses sua perna estava totalmente curada. Nessa mesma época foi visitar suas irmãs Trindade e Cida, passeou bastante mesmo, foram meses de muita alegria.Sem motivo algum, uma pequena febre acompanhada de tôsse aparece em Dona Remedio. Foi levada ao médico e ficou constatado que estava com pneumonia. Tomou vários medicamentos e foi curada. Inclusive após sua cura levaram-na para almoçar num restaurante em Itapecerica da Serra, para comerar seu aniversário, onde estavam presentes seu filho Salvador, Cida e Mariano. Foi uma comemoração magnífica, más ao mesmo tempo triste, parecia uma despedida.Nesse mesmo mês, ou seja agosto de 1998, a maldita doença pneumonia volta atacar e novamente foi levada ao médico. Então foi lhe solicitado um hemograma, para verificar seu grau de imunidade. Trágico foi o resultado: Constava deficiência de leucócitos e plaquetas, já em conseqüência de ter tomado vários antibióticos anteriormente.Salvador preocupado com o resultado do exame, começou a procurar um hematologista, para avaliação e conduta. Fez contacto com um hospital público em São Paulo e no dia vinte de agosto de 1.998, teria que comparecer ao hospital para poder marcar uma consulta, então a levou consigo para passear e quem sabe pudesse ser avaliada pelo médico no mesmo dia retornasse ao seu lar.Salvador disse a sua mãe:Olha, vamos passear em São Paulo e quem sabe agente consegue passar a senhora no hematologista. E sua mãe lhe respondeu:Eu não vou dormir no hospital.Seu filho respondeu:Claro que não, nem sabemos o dia da consulta. Iremos a cidade para passear, almoçar. Então saímos cedo e inclusive ao sairmos ela falou para sogra do Salvador o seguinte:Vou para o hospital, más eu volto.Dona Paulina, sogra de seu filho lhe respondeu:Claro que volta, vão com Deus.Chegando no hospital, foram avaliados seu exame hematológico e suas radiografias pela Dra. Regina, diretora do hospital e resultado foi o seguinte:Sua mãe tem que ser internada para tratamento.Seu filho diz a sua mãe:A senhora tem que ser internada.Sua mãe chora muito, dizendo que não quer ser internada, más aceitou com muitas lágrimas, pois tinha que seu destino cumprir...
PARTE VI
Internada no hospital público em São Paulo, denominado com lixo, foi avaliada pelo estagiário Dr. João Batista. Seu filho alertou ao médico que sua mãe era nervosa e fazia uso de lexotan 1,5 mg a noite, más o referido medico, não prescreveu em seu prontuário o calmante, Então Dona Remedio começa a ficar nervosa. Sua pressão arterial que era normal, passou a ficar alta. Foi lhe receitado anti-hipertensivos e não tranqüilizantes como fora recomendado pelo seu filho.Como passou a tomar capotem para baixar sua pressão ao invés de calmante, iniciou um processo de insuficiência renal.Foram feitas várias nebulizações com birotec, que inclusive era alérgica ao referido medicamento, ocasionando uma grande alta de sua glicemia, chegando a mais 600, sendo que ao dar entrada no hospital denominado como lixo seu grau de açúcar no sangue era apenas 220.A personagem desta triste história estava sofrendo muito, conforme relatórios de psicólogos. Salvador preocupado, começa a ligar para o estagiário João, inclusive discutem, más o estagiário não dá a mínima atenção.O Estado de saúde de Dona Remedio começa a piorar, pois seu pulmão ficou congestionado. Seu filho ligar novamente para o hospital, passando por médico da família, sugerindo uma drenagem corporal. Más os incompetentes médicos optam retirar líquidos de seu pulmão usando diuréticos em 6x6 horas, que em conseqüência disso, sua pressão arterial começa a cair e sua respiração começa a ficar fraca....
PARTE VII
Onze horas e trinta minutos da manhã do dia dois de Setembro de 1.998, a pobre foi transferida para a U.T.I. Seu passaporte para o Céu, estava sendo providenciado por Deus.No dia três de Setembro seus quatro filhos foram visitá-la como se fosse pedido pelo criador. Nesse dia, a batalhadora, a amorosa, a colaboradora, a grande MÃE, DESPEDIU-SE DE CADA UM DE SEUS FILHOS, DANDO-LHES O ÚLTIMO ADEUS...No dia cinco a enfermeira avisou ao médico, que Dona Remédio estava hipotensa, más mesmo assim continuou a lhe prescrever diurético. Nesse mesmo dia a pobre paciente foi sedada e entubada, porque estava agitada, agonizada, já porque outrora médicos incompetentes não lhe tranqüilizaram através de calmantes.No dia seis de Setembro de 1.998 pela manhã, seus filhos foram visitá-la, más Dona Remedio, já não conversava, estava imóvel. Saíram do hospital preocupados, pedindo a Deus pela sua melhora, no entanto as 18:20hs desse mesmo dia, Seu PASSAPORTE PARA O CÉU é carimbado por Deus, e Dona Remedio parte desse mundo, subindo ao Céu, para viver uma vida realmente feliz. Sem angústia, dor e desprezo.
PARTE VIII
Faleceu em conseqüência de uma infecção generalizada, dentre outros motivos. Sendo que foi internada apenas para tratar de uma simples pneumonia. Más seu passaportepara o céu foi lhe dado, para poder viver uma vida realmente digna no Céu, porque aqui estava triste, sentia-se sozinha;Às vezes desprezada e humilhada.Más tinha uma tarefa a cumprir...Então se conformava.Más por muito fora amada.Um dia adoeceu;Não queria, más lavaram-na para o hospital dormir.Por vários dias agonizou no leito hospitalar. Más tinha uma tarefa a cumprir...Por isso resistiu;Um dia, despediu daqueles que amava. Já não tinha nenhuma tarefa a cumprir. Então, Deus levou-a para o Céu para realmente ter uma vida feliz.Hoje está muito contente, sorridente, abraça seus amigos, seus pais, seu filho, seu esposo, seus irmãos e demais parentes.Amanhã começa uma nova missão. Prepara sua alma para criar outro irmão, para vir a esse mundo cumprir sua tarefa pré-escrita por Deus. E quem sabe essa tarefa seja dotada de poderes, para destituir hospitais e médicos incompetentes e criar outros que salvem vidas, não deixando as pessoas que aqui ficam, morrendo de saudades daqueles que partiram por imprudência médica, praticamente pedindo a Deus a carimbar os "PASSAPORTESPARA O CÉU "COM ANTECEDÊNCIA.
Mãe.

Você partiu deste mundo

Para um lugar muito lindo...

Vejo-te sorrindo!

Vestida de branco

Num jardim florido.

Cercada de anjos

Num enorme paraíso.

Meus olhos estão lagrimados

De saudades de você.

Os dias são mais longos...

As noites mais escuras.

Sua ausência me entristece...

Aí de cima quem sabe,

Você pode me consolar.

Desta triste angustia

Aliviar-me.

Um dia com certeza,

Juntos para sempre iremos ficar.
FIM